.
19 de abril - DIA DO BRASILEIRO - DIA DO ÍNDIO
.
.TRIBUTO A NÍSIO GOMES - CACIQUE GUARANI-KAIOWÁ assassinado em 18 de novembro/2011
.
"Co ivi oguereco iara" -
ESTA TERRA TEM DONO!
Delasnieve Daspet
.
É, verdade,
"Co ivi oguereco iara" !
Esta terra tem dono, senhores!
Quando chegaram já estávamos aqui
Praticavamos uma sociedade de iguais,
Propriedade coletiva, cuidando dos velhos e crianças;
A terra, trabalho de um povo feliz!
É, verdade,
"Co ivi oguereco iara" !
Esta terra tem dono, senhores!
Quando chegaram já estávamos aqui
Praticavamos uma sociedade de iguais,
Propriedade coletiva, cuidando dos velhos e crianças;
A terra, trabalho de um povo feliz!
.
O povo Guarani é o símbolo das ruínas vivas,
Gente excluída, pobres, esquecidas, desprezadas,
Que teimam em buscar seu lugar ao sol;
Teimam de buscar suas terras usurpadas;
Teimam pelo reconhecimento de que são seres humanos;
Buscam um emprego digno, uma velhice decente, infância respeitada,
Teimam em ter a dignidade reconhecida.
.
É uma chaga, uma cicatriz antiga, que não foi curada!
A lança portuguesa e a pistola espanhola e o branco,
herdeiros dos conquistadores,
Interromperam o crescimento deste povo
Que hoje vive em favelas, nos campos, nas fazendas, nas matas, nas cadeias,
Nas ruas, embaixo das pontes, vilas, barracas de lona pretas,
Nas beiras dos rios e estradas.
Onde havia paz, viceja o latifundio;
No lugar da felicidade , escravidão e exploração;
A fome e miséira em vez de pão;
No lugar da dignidade a humilhação de mendigar favores
Para sobreviver.
.
Sobre os destroços dos guaranis plantaram-se sesmarias,
E grandes lavouras,
Que fizeram crescer a injustiça,
A desigualdade, as dores e as mortes...
Valor que impera até hoje!
.
Há duzentos e cinquenta anos começaram as mortes,
Primeiro foi o guarani-missioneiro Sepé Tiaraju...
Tantos outros ficaram pelo caminho,
Aqui em Mato Grosso do Sul lembramos
Marçal de Souza - Tupa-I, Ortiz Lopes,
O povo Guarani é o símbolo das ruínas vivas,
Gente excluída, pobres, esquecidas, desprezadas,
Que teimam em buscar seu lugar ao sol;
Teimam de buscar suas terras usurpadas;
Teimam pelo reconhecimento de que são seres humanos;
Buscam um emprego digno, uma velhice decente, infância respeitada,
Teimam em ter a dignidade reconhecida.
.
É uma chaga, uma cicatriz antiga, que não foi curada!
A lança portuguesa e a pistola espanhola e o branco,
herdeiros dos conquistadores,
Interromperam o crescimento deste povo
Que hoje vive em favelas, nos campos, nas fazendas, nas matas, nas cadeias,
Nas ruas, embaixo das pontes, vilas, barracas de lona pretas,
Nas beiras dos rios e estradas.
Onde havia paz, viceja o latifundio;
No lugar da felicidade , escravidão e exploração;
A fome e miséira em vez de pão;
No lugar da dignidade a humilhação de mendigar favores
Para sobreviver.
.
Sobre os destroços dos guaranis plantaram-se sesmarias,
E grandes lavouras,
Que fizeram crescer a injustiça,
A desigualdade, as dores e as mortes...
Valor que impera até hoje!
.
Há duzentos e cinquenta anos começaram as mortes,
Primeiro foi o guarani-missioneiro Sepé Tiaraju...
Tantos outros ficaram pelo caminho,
Aqui em Mato Grosso do Sul lembramos
Marçal de Souza - Tupa-I, Ortiz Lopes,
Xurete Lopes, os professores Rolindo e Jenivaldo,
e agora o Nísio Gomes Kaiowa Guarani!
.
Pachamama esta encharcada com o sangue dos Guaranis.
Mataram um lutador sorridente, mas não mataram o ideal, a luta,
O espirito de tantos lideres Guaranis continuam vagando pela América,
Com o corpo, as vezes, cambaleante, mas com olhar firme e fixo,
Enxergando no horizonte a terra sem males,
Onde poderao manifestar a sua identidade e a sua cultura.
e agora o Nísio Gomes Kaiowa Guarani!
.
Pachamama esta encharcada com o sangue dos Guaranis.
Mataram um lutador sorridente, mas não mataram o ideal, a luta,
O espirito de tantos lideres Guaranis continuam vagando pela América,
Com o corpo, as vezes, cambaleante, mas com olhar firme e fixo,
Enxergando no horizonte a terra sem males,
Onde poderao manifestar a sua identidade e a sua cultura.
.
Que o grito de Nisio Gomes ecoe junto ao coro de outros tantos guerreiros:
"Vocês não deixem esse lugar.
Cuidem com coragem essa terra.
Essa terra é nossa.
Ninguém vai tirar vocês...
Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças.
Essa terra deixo na tua mão (Valmir). Guaiviry já é terra indígena”
Que o grito de Nisio Gomes ecoe junto ao coro de outros tantos guerreiros:
"Vocês não deixem esse lugar.
Cuidem com coragem essa terra.
Essa terra é nossa.
Ninguém vai tirar vocês...
Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças.
Essa terra deixo na tua mão (Valmir). Guaiviry já é terra indígena”
.
"Co ivi oguereco iara"
Assim falou nhanderu Nísio Gomes, agora,
vento que anda pelas trilhas deixadas pela ausencia...
Assim falou nhanderu Nísio Gomes, agora,
vento que anda pelas trilhas deixadas pela ausencia...
DD_Campo Grande-MS, 19 de novembro de 2011
Teta Guarani, yvy ape ari yvyporaro opytava,
mboriahupe, ñemboykepe, tesaraipe
Há mamove ndojuhuiva pytu u, terá py aguapy.
Hi ante otopajevy
pe yvy ojepe a vaekue chugui
toje e mandu aharupi yvypora há avei,
mba apo reka oikova, ikatuara nipo ku itujakuevo opytu umi
ha ipy a guapy
há mitanguerape katu, iñe ame ojerure
tojehecharamo háto ñemomaitei....
Teta Guarani niko ha e,
Aisykaru, jekutu yma, okuera vê yva
Yvyra akua português mba e, há plomo aku españa reru
há karia ykuera pire moroti, ita yrakuera
omondoho va ekue teta guarani rekoharory
Teta Guarani, yvy jara va ekue,
Ko aga oiko mamogotyorei, há e ndorekoi opyta hagua,
Oiko ka aguyre, tape rembe yre, ha kuarahy akure mante omaña.
Ysyry saka pira memeteva imba e vaekue, tape potiete oguata hague,
Ñu ha ka aguy rovyu asy, ko aga oikopa yvypero saka.
Vy apave rendaguepe opyta ñeñapyti, há tukumbo hasyva,
Jê upyra maymavagui, oiko py a nandi há jeiko asy,
oikovesevero ko yvy apere, eoñesuvaera, terá oñakaity,terá ojepomoi.
Teta Guarani oimi haguepe, ko aga omimbi oga poraita,
Ejesareko hape ,Koga henyhe, há e ndopavei,
Ko ava ogueru teta guaranime oheja hagua
Jahechava hina ñembyahyi , teko asy , mba asy há jejuka.
.
Là où il y avait la paix prospère maintenant le gros propriétaire,
À la place du bonheur, l'esclavage et l'exploitation,
La faim et la misère en guise de pain,
En lieu et place de la dignité, l'humiliation de mendier des faveurs
Pour simplement survivre.
Sur les dépouilles des Guaranis se sont installées des friches
Et des grandes exploitations
Qui ont fait croître l’injustice,
L'inégalité, les douleurs et la mort…
Valeurs qui règnent jusqu'à ce jour !
Il y a 250 ans ont commencé les massacres,
Le premier à tomber fut le Guarani Tiaraju Sepe ...
Beaucoup d'autres sont tombés ensuite,
Ici, dans le Mato Grosso do Sul nous nous rappelons
"Co ivi oguereco Iara" – Cette terre a un maître !
Poème de Delasnieve Daspet
Oui, c’est vrai,
"Co ivi oguereco Iara" !
Cette terre a un maître, Messieurs !
Quand vous êtes arrivés, nous étions déjà là,
Nous étions une société d'égaux,
Une propriété collective, prenant soin des vieillards et des enfants,
Sur cette terre travaillait un peuple heureux !
Les Guaranis sont le symbole des ruines vivantes,
Des gens exclus, pauvres, oubliés, méprisés,
Qui luttent pour obtenir leur place au soleil,
Qui luttent pour retrouver leur terre usurpée,
Qui luttent pour qu’on leur reconnaisse le statut d’êtres humains,
Qui cherchent un emploi convenable, une vieillesse décente, une enfance respectée
Qui luttent pour se voir reconnaître leur dignité.
C'est une blessure, une cicatrice ancienne, jamais soignée !
La lance portugaise, le pistolet espagnol et l’homme blanc,
Héritiers des conquistadors,
Ont interrompu le développement de ce peuple
Qui vit dans des bidonvilles, des champs,
Poème de Delasnieve Daspet
Oui, c’est vrai,
"Co ivi oguereco Iara" !
Cette terre a un maître, Messieurs !
Quand vous êtes arrivés, nous étions déjà là,
Nous étions une société d'égaux,
Une propriété collective, prenant soin des vieillards et des enfants,
Sur cette terre travaillait un peuple heureux !
Les Guaranis sont le symbole des ruines vivantes,
Des gens exclus, pauvres, oubliés, méprisés,
Qui luttent pour obtenir leur place au soleil,
Qui luttent pour retrouver leur terre usurpée,
Qui luttent pour qu’on leur reconnaisse le statut d’êtres humains,
Qui cherchent un emploi convenable, une vieillesse décente, une enfance respectée
Qui luttent pour se voir reconnaître leur dignité.
C'est une blessure, une cicatrice ancienne, jamais soignée !
La lance portugaise, le pistolet espagnol et l’homme blanc,
Héritiers des conquistadors,
Ont interrompu le développement de ce peuple
Qui vit dans des bidonvilles, des champs,
Des fermes, des forêts, dans les chaînes,
Dans les rues, sous les ponts, dans des villages, sous des tentes de toile noire,
Au bord des rivières et des routes.
Dans les rues, sous les ponts, dans des villages, sous des tentes de toile noire,
Au bord des rivières et des routes.
Là où il y avait la paix prospère maintenant le gros propriétaire,
À la place du bonheur, l'esclavage et l'exploitation,
La faim et la misère en guise de pain,
En lieu et place de la dignité, l'humiliation de mendier des faveurs
Pour simplement survivre.
Sur les dépouilles des Guaranis se sont installées des friches
Et des grandes exploitations
Qui ont fait croître l’injustice,
L'inégalité, les douleurs et la mort…
Valeurs qui règnent jusqu'à ce jour !
Il y a 250 ans ont commencé les massacres,
Le premier à tomber fut le Guarani Tiaraju Sepe ...
Beaucoup d'autres sont tombés ensuite,
Ici, dans le Mato Grosso do Sul nous nous rappelons
Marçal de Souza - Tupa-I, Ortiz Lopes,
Xurete Lopes, les professeurs Rolindo et Jenivaldo,
Et maintenant Nísio Gomes Kaiowa Guarani !
Pachamama est imbibée du sang des Guaranis.
On a tué un lutteur souriant, mais on n’a pas tué la lutte,
L'esprit de nombreux chefs guaranis continue à parcourir l'Amérique,
Le corps parfois chancelant, mais le regard ferme et droit,
Fixant à l’horizon la terre sans maux,
Et maintenant Nísio Gomes Kaiowa Guarani !
Pachamama est imbibée du sang des Guaranis.
On a tué un lutteur souriant, mais on n’a pas tué la lutte,
L'esprit de nombreux chefs guaranis continue à parcourir l'Amérique,
Le corps parfois chancelant, mais le regard ferme et droit,
Fixant à l’horizon la terre sans maux,
Où ils pourront manifester leur identité et leur culture.
Que le cri de Nisio Gomes résonne à l’unisson avec le chœur de tant d’autres guerriers :
Que le cri de Nisio Gomes résonne à l’unisson avec le chœur de tant d’autres guerriers :
« Non, ne quittez pas cet endroit !
Cultivez avec courage cette terre,
Cette terre est à nous,
Personne ne vous l’arrachera...
Prenez bien soin de ma petite-fille et de tous les enfants.
Je laisse cette terre entre tes mains Valmir,
Cultivez avec courage cette terre,
Cette terre est à nous,
Personne ne vous l’arrachera...
Prenez bien soin de ma petite-fille et de tous les enfants.
Je laisse cette terre entre tes mains Valmir,
Guaiviry est maintenant une terre indigène »,
« Co ivi oguereco Iara »,
Ainsi a parlé Nhanderu Nisio Gomes,
« Co ivi oguereco Iara »,
Ainsi a parlé Nhanderu Nisio Gomes,
À présent ces paroles résonnent dans le vent
Qui souffle sur les traces laissées par l’absence…
Campo Grande-MS, le 19 Novembre, 2011
Campo Grande-MS, le 19 Novembre, 2011
Traduzido por Athanase Vantchev de Thracy e MArc Galan em 19-04-13 em Paris - França.
Nada há que comentar ! Façamos silêncio ante a indignação de um povo.
ResponderExcluir.
Ervin Figueiredo
ervinrijo@gmail.com
Parabéns, Delasnieve.
ResponderExcluirForça na caminhada.
A CRJP se orgulha de tê-la entre seus membros.
Um abraço
.
Susana
susana-motta@uol.com.br