sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Aos humanos

Aos humanos
(menção honrosa na categoria Cartas - 1ª edição do Concurso Literário Guemanisse de Crônicas, Cartas e Trovas/RJ 2010)
  
Prezados co-habitantes

Fui encarregada por meus semelhantes e afins para escrever esta carta. Tarefa difícil, acreditem, pois embora conheça a questão de todos os envolvidos e seja igualmente afetada pelos mesmos problemas, tive que deixar de lado minhas próprias emoções para tentar, da forma mais isenta possível, expor os fatos.
Somos todos habitantes do mesmo planeta e tudo indica que fomos aqui colocados com os mesmos propósitos, cada um com sua função definida, mas interdependentes, como engrenagens de uma grande e formidável máquina.
Para alguns, foi concedido o dom da expressão, falada ou escrita, através do que, ao longo dos tempos, se tornaram os dominantes. Uns mais outros menos, em muitos momentos, dominando-se mutuamente.
Para outros, no entanto, aparentemente inexpressivos, restou a dominação. Eu faço parte deste grupo.
Personagens passivos de uma história que se desenrola há milênios, temos carregado o pesado fardo da nossa situação de pacientes. Muitos de nós frágeis, impotentes, senhores apenas em seu habitat, manietados pelo progresso, cedemos palmo a palmo nosso território nem sempre voluntariamente.
Eis que, o que víamos através da mídia, hoje, bate à nossa porta. Nosso espaço decantado como paradisíaco, vem rapidamente tornando-se inóspito, e parafraseando o poeta, em breve “já não poderemos fazer mais nada”.
Esperamos por muito tempo os que vestiam nossas cores fazer por nós. Eles tentam, é verdade, mas são em pequeno número e parecem a cada dia engrossar conosco a falange de dominados.
Assim, decidimos nos unir. Somos um bando de desesperados que, sem ter o que perder, parte para sua autodefesa, e talvez, das gerações futuras. Por incrível que pareça, o êxito de nossa luta, trará o bem para aqueles que atentam contra nós. Mesmo assim, estamos decididos a não abrir mão.
Não sofreremos mais solitários. Não mais permitiremos que nossos membros amputados caiam onde determinarem. Num derradeiro esforço, lançaremos partes de nós sobre nossos algozes, e num último ato, a nós mesmos sobre suas moradas, seus bens, seus entes queridos. Parece justo, afinal, se aqui realmente fomos colocados com o mesmo propósito, será uma vida por outra.
É uma luta desigual, bem sabemos, pois estamos desarmados. Mas, se preciso for, tiraremos da própria terra a munição, do ar o alimento e do sol, a energia que nos moverá.
Esta carta, mais que um desabafo, é um aviso. Uma ameaça, por que não?
Nossa luta é digna e válida, pois no fim de tudo, lutamos pela sobrevivência da raça humana que, sem nós, a cada ano abrevia seus próprios dias.

Atenciosamente,

Árvore


MARIA LUIZA FALCÃORepresentante da APPERJ em Belo Horizonte

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Realidade - Delasnieve Daspet

 
 
Realidade
 Delasnieve Daspet
             07/07/06 - Campo Grande-MS
  
 
Começo a rever conceitos.
As verdades absolutas desmoronam
muito mais rápido que o parâmetro...
Adernam como nau sem rumo!
 
Rever conceitos. Conceitos de julgamento.
Coloco minhas verdades, as verdades do mundo
Na tela do microscópio...
O normal, o anormal, o que é o certo?
Revejo, buscando superar etapas perdidas...
Das posições a serem tomadas
depende o porvir!
.
Transfiguro a realidade!
Mas... o que é real?
O que é verdadeiro?
Onde é o começo, o meio e o fim ?
.
O que é real?
A servidão humana? A impotência do bem  e do bom
sujeito a valores , onde o pior,
substitui o melhor de si?!
.
O que é real, diga-me?!
Será factível quebrar elos dos grilhões
que nos impomos?
.
O que é real - pergunto?!
É a  barriga que dói  - na fome?
É a garganta amarga dos ódios contidos?
Ou o  sangue que ferve de injustiças?
Ou este frio que sinto, na plenitude da vida?
.
Realidade de quem nada tem, nem a
oportunidade da escolha,
de não poder entregar-se a força de suas paixões,
mas, pautar-se, nas sobras...
.
Isso convém - a quem?
Isso é real?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Agradeço - Delasnieve Daspet

 
Agradeço...
Delasnieve Daspet
 
 
Agradeço, o amor infinito;
Agradeço, o amor incomparável;
Agradeço, por que pensastes em mim;
Agradeço, porque sei que não me deixastes a própria sorte,
Porque sei que estas comigo,
Não só por hoje,
Mas por todo o sempre!
.
Toda vez que eu sorrir,
Toda vez que eu chorar,
Toda vez que eu me recolher,
Toda vez que eu me doar, agradeço!
.
Agradeço!
Agradeço a vida, a dignidade,
E a certeza de que tudo é possivel...
Podemos, sim, conviver sem medo,
Sem rancor,
Em harmonia.
.
Agradeço pelo sol, pela lua,
Pelas estrelas, pelo vento, pela chuva,
Pelo  calor, - que é a vida que transborda!
.
Agradeço, porque creio.
Creio na rua chamada Esperança
Pela qual caminhamos há tanto tempo!
.
Agradeço,  porque acredito no ser humano,
Imagem e semelhança do amor...
Agradeço, porque acredito na vida,
Que célere e quente
Circula por minhas veias!
.
Agradeço, pela margarida branca
Em céu de sol dourado,
Perfume da mata que viceja,
Em meus rubros lábios sedentos...
.
Agradeço, pois que surges no final da tarde,
Tal qual andorinha sem ninho,
Em busca do ramo orvalhado...
**
Delasnieve Daspet
22.02.06 10,35 hs
Campo Grande MS
 

Somos tão diferentes Nous sommes tous différents We all are different Somos todo diferentes





Somos tão diferentes Nous sommes tous différents We all are different Somos todo diferentes 
.
Delasnieve Daspet
.
         
Somos tão diferentes e tão iguais.
Não é difícil o estatuto da paz.
Desde que compartilhemos experiências.
Assumamos responsabilidades,
Garantias de igualdade.
Equidade social,
Respeito a diversidade cultural.
Eliminando a cultura de guerras,
( Que tão bem faz a quem vende armas! )
Teremos a tolerância e a solidariedade.
.
Busquemos pois a paz!
Ela esta no sorriso da criança
Que não tem fome.
Nas cãs da velhice que tem amparo.
No negro não discriminado.
Na doença exterminada.
Quando enxergarmos como próximos
Os nossos semelhantes!
.
Tudo e tão rápido no mundo de hoje.
Povos surgem e somem.
Povos se abrem e se quebram no ritmo da ampulheta.
O novo é obsoleto em horas.
O impossível é possível
O homem se aprimora.
Ousar é preciso.
Assumir riscos é tornar flexível a vida,

Temos de seguir com harmonia.
Cínicos e os sem ética
Estão caminhando para o final.
E tempo de respeito ao homem,
Tempo de caminhar junto,
Tempo de desenvolver a paz,
Tempo de plantar a semente do porvir!
.
Tempo de olharmo-nos nos olhos,
De vermos o verde e o seco;
A fera e a lebre; O frio e o calor;
A bruma da noite quebrada pelas estrelas;
O sol que dá vida e a sombra que refresca;
O vento que açoita e a casa que acolhe,
Tempo de dividir, doar, dizer, de viver o
"Eu te dou a minha paz! "
¨¨

         
Nous sommes tous différents et tous égaux.
.
Il n'est pas difficile le statut de la paix.
Pour  partager les expériences
Supposer les responsabilités, 
Garanties d'égalité. Équité sociale, 
Respect de la diversité culturelle.
En éliminant la culture des guerres, 
(aussi bien que la vente des armes ! ) 
Nous aurons la tolérance et la solidarité.
Cherchez donc la paix ! 
Elle est dans le sourire de l'enfant 
Qui n'a pas faim.
Dans le cas de la vieillesse qui a le soutien.
Dans le noir non discriminé.
Dans la maladie exterminée.
S'apercevoir comme proches 
dans nos semblables ! 
Tout est trés rapide dans le monde d'aujourd'hui.
Des peuples apparaissent et s'ajoutent.
Des peuples s'ouvrent et se cassent dans le rythme du sablier.
le nouveau est obsolète dans les heures
L'impossible est possible 
L'homme s'améliore.
Oser est précis.
Prendre des risques pour rendre flexible la vie, 
Nous devons aller dans l'harmonie.
Cyniques et sans éthique 
Nous marchons pour la final.
C'est le temps de respecter l'homme, 
Temps de marcher ensemble, 
Temps de développer la paix, 
Temps de planter la semence de l'avenir ! 
Temps de nous  regarder dans les yeux, 
De voir le vert et le sec ;  La fera et le lièvre ; 
Le froid et la chaleur ; 
La brume de la nuit  sous les étoiles ; 
Le soleil  de la vie et l'ombre qui rafraîchit ; 
Le vent qui bat et la maison qui accueille, 
Temps de diviser, de donner, de dire, de le vivre "
" Je te donne ma paix ! "  
**
 We all are different and all equal.
.
It n' the statute of the peace.
is not difficult To divide the expériences
To suppose the responsibilities, 
Guarantees d' égalité. Social equity, 
Respect of diversity cultural.
By eliminating the cultural from the wars, 
(as well as the sale of the weapons! ) 
We will have the tolerance and the solidarité.
Thus seek peace! 
It is in the smile of l' child 
Who n' hunger.
does not have In the case of the old age which has the soutien.
In the black not discriminé.
In the disease exterminée.
S' to see like close relations 
in our similar! 
All is very fast in the world to day.
Of the people appears and s'add.
People s' open and break in the rate/rhythm of the  sand glass
the new one is obsolete in the hours
L' impossible is possible
L' man  s'improve.
To dare is precis.
To take risks to make flexible the life, 
We must go in l' harmony.
Cynical and without ethics 
We walk for the final.
C' is time to respect l' man, 
Time to go together, 
Time to develop peace, 
Time to plant the seed of l' future! 
Time to look us in the eyes, 
To see the green and dryness; 
will do It and the hare;  Cold and heat; 
Fog of the night under stars; 
Sun of the life and l' shade which refreshes; 
The wind which beats and the house which accomodates, 
Time to divide, give, say, to live it
 " " I give you my peace! "
**
Somos todo diferentes y todos iguales .
.
Él n' no es difícil el estatuto del paz.
Para compartir los expériences
Suponer las responsabilidades, 
Garantías d'  igualdad. Equidad social, 
Respeto de la diversidad cultural.
Eliminando la cultura de las guerras, 
¡(así como la venta de las armas! ) 
Tendremos la tolerancia y el solidaritad.
¡Busque pues la paz! 
Está en la sonrisa de l' niño 
Quién n' a no  hambre
En el caso de la vejez que tiene el  apoyo.
En el negro no discriminé.
En la enfermedad exterminée.
S' percibir como prójimos 
¡en nuestro similares! 
Todo es muy rápido en el mundo d'aujourd'hoy
pueblo aparece y s' anaden.
Pueblo s' abren y se rompen en el ritmo del reloj de arena
el nuevo es anticuado en los horas
L' imposible es posible 
L' hombre s' mejore 
Atrever es resumen.
Tomar riesgos para volver flexible la vida, 
Debemos ir en l' armonia.
Cínicos y sin ética  Vamos para el final.
C' es el tiempo de respetar l' hombre, 
Tiempo de ir juntos, 
Tiempo de desarrollar la paz, 
Tiempo de establecer la semilla de l' ¡futuro! 
Tiempo de observarnos en los ojos, 
Ver el verde y el SEC; 2 lo hará y la liebre;
 El frío y el calor;  La bruma de la noche bajo las estrellas; 
El sol de la vida y l' de sombra que restaura; 
El viento que pega y la casa que acoge, 
Tiempo de lodividir, lodar, de lodecir, de vivirlo
 " " ¡Te doy mi paz! "

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

" A literatura não faz parte da Cultura ?! "

Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
Segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Caderno A2
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Opinião
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Ganhará Campo Grande e ganhará Mato Grosso do Sul
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Nelson Vieira
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Após marchas e contramarchas foi anunciado em alto e bom tom, em evento realizado no Armazém Cultural (ex-estação ferroviária), que será mesmo construído o CENTRO MUNICIPAL DE BELAS ARTES, na cidade de Campo Grande-MS, naquele local, onde antes fora previsto a instalação de uma rodoviária moderna, nos padrões das existentes em cidades consideradas de grande porte. Uma obra que teve início, porém não foi levada adiante.
 A então prometida rodoviária gerou muitas expectativas, porquanto para uns seria a redenção da região, iria alavancar o progresso e valorizaria os imóveis, enquanto para outros seria a perda da tranquilidade, motivada por transtornos, em face do fluxo de pessoas no lugar, principalmente quanto ao quesito violência.
 Para a felicidade de todos, hoje já temos uma rodoviária moderníssima, edificada em outra localidade, aqui na Capital, em pleno funcionamento. O anseio dos campo-grandenses tornou-se real. Aliás, sonhar ainda é permitido. Mas, dizíamos do anúncio referente à criação do CENTRO MUNICIPAL DE BELAS ARTES, nos moldes da prévia apresentada em outra ocasião, no gabinete do prefeito municipal, para divulgar a intenção da construção do centro cultural, com explanações relativas às atividades culturais a serem contempladas, naquele espaço no futuro. Lembramos bem do questionamento feito ao senhor prefeito, pela Sra. Delasnieve Daspet, que perguntou: “A literatura para os senhores não é considerada, cultura?” Sem dúvida que a resposta foi positiva.
 Mas, a indagação fora feita em virtude da constatação de que a literatura ficara no prejuízo, pois passara despercebido o ato de contemplá-la no projeto, justamente a literatura, a arte de escrever de várias formas, obedecidas às regras, que contribui com outros segmentos culturais, por exemplo: teatro e canções. Assim, foi solicitado a Sra. Delasnieve, que falasse com os técnicos que estavam à frente dos trabalhos de elaboração do projeto no todo, por determinação do senhor prefeito.
Posteriormente, essa mesma senhora, ofereceu um projeto relativo à inclusão da literatura, no qual solicitou a criação de uma sala para os escritores sul-mato-grossenses, para realizarem exposições, e um auditório para lançamentos de obras literárias, cursos e atividades culturais ligadas à literatura. E, justiça seja feita, a literatura também foi contemplada.
 Passados os momentos de contentamento, de euforia e, com os pés no chão, vamos aguardar a entrega à sociedade, do presente que todos sabem o que é, mas que estão ávidos para ver, usufruir e que redundará em dividendos à cultura, economia e para o social.
Com certeza, o CENTRO MUNICIPAL DE BELAS ARTES, será um referencial, um monumento à cultura, para demonstrar o que se faz nesta Capital e no Estado e, oportunizará recebermos outras manifestações culturais de várias regiões do Brasil e do exterior, que virão participar e contribuir para elevar cada vez mais a nossa cultura, nos cenários nacional e internacional.
 Ganhará Campo Grande e ganhará Mato Grosso do Sul