Na foto - Delasnieve Daspet - clicada por seu filho Marcel Daspet
.
.
LAMENTO PELA PAZ!
Delasnieve Daspet*
.
De Mato Grosso do Sul, do meio do cerrado ralo do Centro-Oeste, de nossas águas puras, de nossas verdes matas, da revoada de nossos pássaros, da natureza presente, do homem queimado pelo sol da lida, dos nossos rebanhos, dos grotões de nossas terras, de nossas lavouras, da garganta seca, dos olhos ardendo, do frio e do calor, aqui no Brasil, - levanta-se o
LAMENTO PELA PAZ!
Delasnieve Daspet
.
Guerra é Guerra.
Não importa a sua violência,
ou a sua virulência...
Não existe desculpa para o descalabro...
As nossas guerras de todos os dias,
As nossas picuinhas,
As nossas maldades internas,
Nascem do rancor,
da mágoa, do recalque que é o homem...
.
É o homem mata!
Suas bombas cruzam o anil dos céus,
Toldam de cinza as tardes do mediterrâneo,
Pontes, casas, castelos,
crianças esparramadas pelos chãos,
quais bonecos jogados, esquecidos,
sonhos destruídos...
Elos que se quebram,
e que não serão recompostos!
.
Não interessa quem esteja certo,
quem esteja errado...
Nossa consciência nos cobra:
Não se cale!
Não permita que o amordacem,
que lhes toldem o sol,
que lhes matem o ar,
que lhes escureçam a lua!
Poeta, não permita
que o privem da liberdade!
.
E, é pelo Homem, o meu lamento!
Que o farfalhar das folhas leve meu soluço,
E abrace a imensidão azul de nossos sonhos
De Paz que ouso cantar,
Neste canto de recriação
que entrego ao vento!
.
Recriar... Reciclar... Novos horizontes...
Assumir decisões a cada dia, a cada instante,
Pois não existem estradas fáceis,
Mas a que esta adiante,
Construindo um caminhar...
.
É pelo homem, este solitário animal,
O meu lamento de Paz!
.
Li hoje, ontem, mês passado, há anos, que nossas vidas não tem nexo, que somos os maiores predadores de nós mesmos. Cada um dá a sua opinião., e no todo, a conclusão é de que o Estado ( Brasil ) não tem conseguido cumprir o que determinou-se na Constituição de 1988, dita Constituição Cidadã. Concordo com tudo que li, principalmente com o artigo do Ângelo Arruda na edição do dia 02/08 do nosso jornal O Estado. Realmente, grande parte da parcela de responsabilidade é nossa, dos pais, que tem se eximido de suas obrigações enquanto pais; temos de fazer a nossa parte. Temos de orientar os nossos filhos para a vida que se lhes é apresentada - em tudo e por tudo diferente do que foi o nosso viver em suas idades.
Impor limite ais filhos é amá-los acima de qualquer coisa. Quantas vezes fui a clubes, bares, baladas, festinhas, às três da manha para buscar meus meninos? Claro que eles odiavam... Mas eu me odiaria muito mais se não tivesse sido a liberal-opressora que sempre fui. Quantas noites as passei em claro, escrevendo poesias, na espera? Perdi a conta... Mas não me arrependo, a maldade esta latente em todos os lugares.
Animais, vestidos com a pele humana, transitam livremente entre nós, nos mesmos espaços onde estamos ou onde estão nossos amigos e familiares.
Tenho medo de andar a noite, gosto do meu carro velho, quase não vou a eventos noturnos, pois o meu bem maior, a minha vida me é muito cara, e preciso cuidar de mim e dos que me cercam. Campo Grande já não é a mesma...
A Professora Maria Ângela Coelho Mirault esta certa quando diz que não podemos culpar o governo. Concordo. Mas digo que não podemos de maneira alguma "compreender" o que se passa - temos de lutar para não sermos "invisíveis" já que estamos na rota do tráfico. Nossos vizinhos cocaleiros estão jogando com a vida de nossos filhos, alvos de seus bolsos e de suas formas de vida.
É preciso que o governo brasileiro mude a sua política de fronteira com os países do narcotráfico. Precisamos fecha-las. Precisamos nos olhar, primeiramente.
E que dizer do dinheiro que envia, célere e prodigamente, para ajuda a países estrangeiros? Esse dinheiro é o que falta aqui, é o que precisa ser aplicado aqui e agora.
A violência é a falta de educação, de saúde, de segurança, de trabalho, de cultura... O que adianta formarmos nossos jovens se não temos emprego? Quer violência maior que isso - o desrespeito ? Isso sem falar da corrupção que sangra nossos valores. Homens que deveriam mostrar respeito pelas instituições e pelo povo são os que nos roubam e nos aviltam. Pena de morte é pouco para tais pessoas, pois o dinheiro que nos roubaram lesou a vida de milhares de brasileiros.
Sim, como diz o editorial, é uma desapropriação da vida - todo o sistema que aí está.
Falar de Paz é fácil. Difícil é aplica-la. A paz é a Cultura em ação. Não pode haver paz sem desenvolvimento sustentável, sem educação, sem democracia, sem distribuição de recursos que venham eliminar as diferenças entre os seres vivos.
Não haverá paz se não houver respeito aos direitos humanos nos humanos direitos, e, aqui falo da vítma e do agressor. Temos de buscar a paz na vida em conjunto dos diferentes, no compartilhar, no ouvir, no zelar, no assumir responsabilidades, lutando contra a pobreza, contra a exclusão, garantindo a igualdade, a equidade política e social e a diversidade cultural.
Penso assim e tento levar a paz em todos os momentos e atividades que participo. Temos de conscientizar, mobilizar, educar, prever, e informar por todos
os meios como poderemos, em conjunto, buscar a Cultura da Paz. A Cultura da Paz requer profunda participação de todos. Cabe-nos organizar
e assumir essa responsabilidade. É uma iniciativa a longo prazo e que precisa ser colocada em pratica no dia-a-dia familiar, regional ou nacional.
A Paz não é um processo passivo - devemos nos esforçar por ela, promove-la e administra-la.
Convido-os a todos para PAZEARMOS em todos os momentos de nossas vidas, e, em especial no dia 21 de setembro, no Dia Mundial da PAZ, quando realizaremos um evento com as noventa e três escolas do municipio de Campo Grande e com a Secretaria Municipal de Educação, envolvendo os jovens - no Maior Apelo Estudantil pela Paz, no Brasil.
*Delasnieve Daspet - é Embaixadora Universal da Paz no âmbito do Universal Ambassador Peace Circle - Genebra – Suíça
daspet@uol.com.br - 9911-1959